Paradigma emergente ou inovador, são nomenclaturas de uma nova
maneira de se pensar em praticar o ensino da educação superior.
Trabalhar de forma diversificada, que atenda a todos os anseios dos
alunos, é um grande desafio para o professor universitário da
contemporaneidade, é necessário imaginar que a visão de um ensino
arcaico e obsoleto não são paradigmas almejados para quem entra no
mundo acadêmico em busca de uma aprendizagem elencada a um ensino
inovador e moderno. O tripé que sustenta os pilares do ensino
superior, que são ensino, pesquisa e extensão, necessitam estar
conectados com os anelos de uma sociedade já integrada com
elementos e arcabouços tecnológicos que acompanham as mudanças
globais numa fração de segundo.
A versatilidade sócio-cultural é outro pressuposto que se funde
com a imprescindível maneira de buscar imutar as práticas pedagógicas
dos docentes, verter-se para outros subsídios metodológicos
significa atenar-se para uma nova postura frente a uma massa de
conhecimentos que chega ao universo acadêmico interligados em rede,
com suas variações.
Corroborado de forma relevante, Behrens (1999 p. 06) “A
preocupação centra-se na proposição de uma prática pedagógica
inovadora, que utilize a tecnologia como instrumental para tornar os
alunos críticos, reflexivos e investigadores contínuos em suas
áreas de atuação.” Entretanto, não se deve imaginar que a
utilização de instrumentos tecnológicos por si só estão
articulados com fazeres pedagógicos inovadores. É elementar que
haja um rompimento com paradigmas viciados, os mesmos que enaltecem
um processo de ensino sem comunicação entre os sujeitos envolvidos,
havendo apenas uma reprodução do conhecimento, enraizados em
costumes nos quais o professor sempre é o detentor do saber e por
consequência disso aterrorizam os seus alunos com exames avaliativos
descontextualizados e classificatórios, postulados num autoritarismo
ainda presente em todos os níveis de ensino causando um efeito
cascata. É a nostálgica maneira de ensinar, pois “no meu tempo
assim que se aprendia”.
Para mostrar o disparate
existente entre as formas estilosas de comungar o conhecimento das
instituições de ensino e o mundo atual, eis que suge a cibernética,
que de acordo com Pierre Levy (1999) “é a cultura contemporânea
estruturada pelo uso das tecnologias digitais em rede nas esferas do
ciberespaço e das cidades.” Tal cultura que transcende os muros
dos ambientes formais de educação, a qual interliga pessoas de uma
comunidade, sociedade e do mundo afora e compartilha entre si das
mais diversificadas culturas. E trazendo esta reflexão para o viés
educacional, a cibercultura está presente em uma nova forma de se
enxergar o mundo, e adquirir a instrução formativa por meio da
Educação a distância, redes sociais, blogs, entre outros, tudo com
um simples e potente intuito: colocar em redes mentes colaborativas,
que estão disponíveis a ensinar e aprender de uma forma
diferenciada, e que estão decididas a contribuir com um mundo mais
igualitário, por meio de uma educação mais abrangente e por isso
democrática.
REFERÊNCIAS
BEHRENS,
Marilda Aparecida. A
prática pedagógica e o desafio do paradigma emergente.
Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília, v. 80, nº
196, set/dez 1999. p. 383-403.
PESCE,
Lucila. EAD: antes e depois da cibercultura. In: Cibercultura:
o que muda na Educação. Salto para o Futuro.
Boletim 03, Ano XXI, Abril 2011
LEVY,
P. Cibercultura.
São Paulo: Ed. 34, 1999.