segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Educação Superior, cibercultura e Paradigma emergente

 Paradigma emergente ou inovador, são nomenclaturas de uma nova maneira de se pensar em praticar o ensino da educação superior. Trabalhar de forma diversificada, que atenda a todos os anseios dos alunos, é um grande desafio para o professor universitário da contemporaneidade, é necessário imaginar que a visão de um ensino arcaico e obsoleto não são paradigmas almejados para quem entra no mundo acadêmico em busca de uma aprendizagem elencada a um ensino inovador e moderno. O tripé que sustenta os pilares do ensino superior, que são ensino, pesquisa e extensão, necessitam estar conectados com os anelos de uma sociedade já integrada com elementos e arcabouços tecnológicos que acompanham as mudanças globais numa fração de segundo.
A versatilidade sócio-cultural é outro pressuposto que se funde com a imprescindível maneira de buscar imutar as práticas pedagógicas dos docentes, verter-se para outros subsídios metodológicos significa atenar-se para uma nova postura frente a uma massa de conhecimentos que chega ao universo acadêmico interligados em rede, com suas variações.
Corroborado de forma relevante, Behrens (1999 p. 06) “A preocupação centra-se na proposição de uma prática pedagógica inovadora, que utilize a tecnologia como instrumental para tornar os alunos críticos, reflexivos e investigadores contínuos em suas áreas de atuação.” Entretanto, não se deve imaginar que a utilização de instrumentos tecnológicos por si só estão articulados com fazeres pedagógicos inovadores. É elementar que haja um rompimento com paradigmas viciados, os mesmos que enaltecem um processo de ensino sem comunicação entre os sujeitos envolvidos, havendo apenas uma reprodução do conhecimento, enraizados em costumes nos quais o professor sempre é o detentor do saber e por consequência disso aterrorizam os seus alunos com exames avaliativos descontextualizados e classificatórios, postulados num autoritarismo ainda presente em todos os níveis de ensino causando um efeito cascata. É a nostálgica maneira de ensinar, pois “no meu tempo assim que se aprendia”.
Para mostrar o disparate existente entre as formas estilosas de comungar o conhecimento das instituições de ensino e o mundo atual, eis que suge a cibernética, que de acordo com Pierre Levy (1999) “é a cultura contemporânea estruturada pelo uso das tecnologias digitais em rede nas esferas do ciberespaço e das cidades.” Tal cultura que transcende os muros dos ambientes formais de educação, a qual interliga pessoas de uma comunidade, sociedade e do mundo afora e compartilha entre si das mais diversificadas culturas. E trazendo esta reflexão para o viés educacional, a cibercultura está presente em uma nova forma de se enxergar o mundo, e adquirir a instrução formativa por meio da Educação a distância, redes sociais, blogs, entre outros, tudo com um simples e potente intuito: colocar em redes mentes colaborativas, que estão disponíveis a ensinar e aprender de uma forma diferenciada, e que estão decididas a contribuir com um mundo mais igualitário, por meio de uma educação mais abrangente e por isso democrática.



REFERÊNCIAS


BEHRENS, Marilda Aparecida. A prática pedagógica e o desafio do paradigma emergente. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília, v. 80, nº 196, set/dez 1999. p. 383-403.

PESCE, Lucila. EAD: antes e depois da cibercultura. In: Cibercultura: o que muda na Educação. Salto para o Futuro. Boletim 03, Ano XXI, Abril 2011

LEVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.





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